Você já se perguntou como algumas empresas conseguem otimizar seus cargos, agrupando funções de maneira eficiente, sem criar disparidades salariais ou confusão nas responsabilidades? Se a resposta é sim, você não está sozinho.
Essa é uma das grandes questões que muitos líderes de RH enfrentam ao lidar com o conceito de cargos amplos. E, acredite, se bem aplicado esse modelo pode transformar a gestão de pessoas e trazer um novo patamar de eficiência para sua equipe. Mas todo cuidado é pouco!
Neste artigo, Camila Minamide, Coordenadora de Remuneração da Carreira Muller, traz algumas dicas para você agrupar funções de forma inteligente e, ao mesmo tempo, manter a equidade dentro do seu time. Vamos explorar como evitar os erros mais comuns, definir corretamente o CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) e maximizar as oportunidades de crescimento para colaboradores que ocupam essas posições.
Dicas para agrupar funções em cargos
Uma das principais dúvidas quando falamos de cargos amplos é: como lidar com a diferença salarial entre as funções agrupadas?
Para Camila, o segredo está em agrupar funções que possuam sinergia e equilíbrio salarial. “Um cargo amplo é o agrupamento de funções correlacionadas, que têm sinergia entre si e possuem o mesmo peso salarial”, afirma.
Por exemplo, um analista de Recursos Humanos que lida com recrutamento e treinamento está agrupando funções correlacionadas que possuem um equilíbrio de remuneração no mercado. Nesse caso, faz sentido usar o cargo amplo, já que essas funções têm valores similares.
No entanto, em algumas áreas, como a de tecnologia, esse equilíbrio nem sempre é respeitado. Muitas empresas agrupam funções com pesos salariais distintos — como suporte técnico, análise de dados e segurança da informação — sob o título de analista de TI. É uma medida que pode até facilitar a contratação de profissionais para áreas como suporte, mas dificultar a contratação para funções mais especializadas, como segurança ou análise de dados, que geralmente têm salários mais altos no mercado.
Por isso, o primeiro passo para criar cargos amplos de forma eficiente é garantir que as funções agrupadas tenham o mesmo peso salarial.
“Se você agrupar funções com o mesmo peso, terá o mesmo piso salarial, a mesma faixa, e não terá problemas com disparidade de salários. O erro está em agrupar funções com remunerações diferentes”, complementa Camila.
Como definir o CBO de cargos amplos?
Outro desafio comum é definir para os cargos amplos o CBO, sistema utilizado no Brasil para classificar corretamente as ocupações laborais.
“Pela própria definição, já temos a resposta: só podemos agrupar cargos que tenham os mesmos requisitos e que tenham as mesmas características. Normalmente, o CBO tem uma nomenclatura ampla que reflete esse agrupamento”, explica Camila. Exemplos disso são analista de RH, analista financeiro ou operador de produção, cargos que abrangem diversas funções dentro de uma mesma área e têm CBO definidos.
Mas, e se o cargo amplo que você criou não tiver um CBO claro?
Bom, nesse caso, a recomendação é revisitar as funções agrupadas e verificar se realmente compartilham as mesmas características e requisitos. Se sim, mas o CBO ainda não existir, faça uma análise do que demanda a maior parte do tempo e do esforço do colaborador naquele cargo. A partir dessa ocupação de maior peso, será possível classificar corretamente o cargo.
Cargos amplos: oportunidades de crescimento e desenvolvimento
Além de otimizar a gestão de cargos e salários, os cargos amplos também trazem oportunidades de crescimento para os colaboradores. Ao assumir múltiplas funções dentro de um cargo amplo, o profissional desenvolve uma visão geral e habilidades diversas, tornando-se um generalista altamente capacitado.
Camila volta ao exemplo do analista de RH. Se o colaborador trabalha em um cargo amplo, ele terá a chance de aprender sobre recrutamento, treinamento e folha de pagamento, por exemplo. Esse conjunto de habilidades diversificadas aumenta significativamente a possibilidade de trilha de carreira, facilitando promoções para cargos de coordenação ou gestão.
Quando os profissionais têm acesso a diferentes processos e responsabilidades, seu conhecimento sobre o negócio como um todo se expande, tornando-os mais preparados para ocupar posições de liderança. Portanto, cargos amplos não só favorecem o colaborador, mas também beneficiam a empresa, criando um time mais estratégico e preparado para desafios futuros.
Vamos agrupar funções de forma inteligente?
Agrupar funções em cargos amplos pode ser uma estratégia para melhorar a eficiência operacional e aumentar as oportunidades de crescimento dentro da sua empresa. No entanto, é fundamental seguir algumas regras-chave: garantir o equilíbrio salarial, definir corretamente a CBO e oferecer desenvolvimento de carreira aos colaboradores.
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