Anualmente desenvolvemos o Estudo de Manutenção, que traz os principais indicadores, práticas e referências salariais para os cargos do setor. Após serem analisadas as evoluções salariais por categorias e por regiões do país, pela primeira vez em cinco anos, o reajuste dos salários de profissionais do setor de Manutenção foi negativo, em comparação com o INPC. O dado representa uma mudança muito representativa, tendo em vista que este setor historicamente é um dos mais valorizados e concorridos das empresas e, nos últimos 5 anos, havia acumulado crescimento de mais de 50% acima da inflação.
Um dos exemplos mais significativos aconteceu na Grande São Paulo: considerando a diferença entre os reajustes salariais e o INPC em 2010 e 2014, só este segmento teve uma perda salarial de até 75%.
Para Flávio Pavan, gerente de Projetos e Pesquisas da Carreira Muller que foi responsável pelo desenvolvimento do estudo, o valor abaixo do esperado pode ser considerado reflexo do desaquecimento da economia no país e resultou nas perdas salariais para todos os cargos pesquisados.
A edição do Estudo deste ano contou com a participação de mais de 25 mil profissionais de manutenção de cerca de 800 empresas e teve uma amostra de dados composta por engenheiros, tecnólogos, técnicos e operacionais qualificados (eletricistas e mecânicos). As informações da pesquisa permitirão que as empresas façam um benchmarking com as demais organizações do setor, traçando planos mais efetivos e adotando uma abordagem mais assertiva em suas ações.
Queda na evolução salarial por categoria
As perdas na evolução salarial em comparação com o INPC foram bastante significativas nas 4 categorias avaliadas. Na grande São Paulo, no ano de 2010 por exemplo, a evolução salarial de um engenheiro era 36% acima do INPC, em 2014 essa diferença foi de 64% abaixo do índice, ou seja, apenas 2,2% de reajuste salarial, frente aos 6,2% do INPC. A categoria é a que acumula maior perda, mas a queda foi gradual também para tecnólogos, técnicos e operacionais qualificados como mecânicos e eletricistas, que são os que enfrentaram menor perda do período, de 68%.
Queda na evolução salarial por região
Se analisarmos o estudo do ponto de vista das regiões do país, as diferenças também são relevantes. Apesar da maioria delas apresentar um percentual acumulado acima do índice, todas tiveram uma queda no ano passado.
Manaus
Teve evolução acumulada cerca de 18% acima do índice para engenheiros e de os 37% para operacionais qualificados.
Nordeste
Teve valorização positiva significativa, com uma diferença acumulada entre 25% e 50% acima do INPC. Apesar disso, também está abaixo do índice de 2014.
Centro-Oeste
Estreante no estudo, a região também mostra desvalorização salarial. Em Goiás, o ajuste salarial em 2014 foi 38% abaixo do INPC para engenheiros e 28% para operacionais qualificados.
Para ter acesso ao Estudo de Manutenção na íntegra, clique aqui.
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