Você já pensou em agrupar funções em um cargo para simplificar a gestão ou otimizar custos? À primeira vista, esta parece ser uma ideia inteligente: menos burocracia, mais agilidade, e talvez até uma economia. Mas será que essa estratégia vale a pena?
É sobre isso que falamos no 108º episódio do ConsultAqui! Ao responder à pergunta de uma espectadora, Daniela Brancaglion, Coordenadora de Remuneração da Carreira Muller, traz uma análise detalhada do tema, levantando prós, contras e dilemas éticos e financeiros que podem surgir.
Quando o agrupamento de funções faz sentido?
Tudo começou com a pergunta da Rosemery, uma ouvinte do ConsultAqui:
“Posso agrupar cargos amplos com pesos diferentes, mas pagando os salários com base na posição que paga mais”?
Essa dúvida, que parece simples, esconde desafios que podem impactar a saúde financeira, a equidade interna e até a dinâmica de trabalho dentro das empresas. “Tecnicamente, minha primeira resposta seria ‘não’, pois não é recomendável agrupar cargos com pesos ou complexidades diferentes. Mas essa não é uma ciência exata, e cada caso exige análise estratégica,” destaca Daniela.
O primeiro passo é, então, entender o contexto e a complexidade dos cargos envolvidos. Para ilustrar os desafios dessa prática, ela compara dois cargos comuns no mercado.
- Analista de Administração de Pessoal, com salário médio de R$ 4.855,00.
- Analista de Remuneração, com salário médio de R$ 5.965,00.
Imagine que um RH com uma estrutura mediana esteja cogitando a possibilidade de unificar essas posições. A diferença salarial entre eles, de 23%, evidencia os riscos de distorção financeira ao unificar posições com pesos tão diferentes. “Estamos falando de quase R$ 1.100,00 de diferença. Imagine isso aplicado a uma estrutura maior: os custos podem escalar rapidamente, tornando a folha de pagamento insustentável”, alerta Daniela.
Por isso, embora o agrupamento de cargos possa trazer vantagens, ele também carrega desvantagens que precisam ser consideradas antes de tomar qualquer decisão.
Prós e contras do agrupamento de funções
Entre os pontos positivos do agrupamento de funções, está a simplificação da gestão. Ao unificar cargos, a dinâmica de trabalho pode se tornar mais simples, permitindo maior flexibilidade e rotatividade entre as funções, além de facilitar o gerenciamento das equipes.
Para algumas empresas, isso pode ser uma solução eficiente para otimizar a operação e reduzir barreiras no dia a dia.
Por outro lado, as desvantagens podem ter um impacto ainda mais expressivo. Financeiramente, a prática pode resultar em gastos desnecessários, onerando a folha de pagamento e comprometendo a saúde financeira do negócio. “Agrupar cargos com complexidades diferentes pode levar a despesas que não fazem sentido estratégico para a organização”, alerta Daniela.
Além disso, a decisão pode afetar a percepção de equidade entre os colaboradores. A comparação entre funções unificadas, mas com pesos e responsabilidades diferentes, pode gerar insatisfação e questionamentos sobre justiça interna, o que impacta negativamente o clima organizacional.
Agrupar ou não agrupar funções, eis a questão!
O agrupamento de funções NÃO é uma solução universal. Embora possa trazer benefícios em termos de gestão, os impactos financeiros e a percepção de equidade precisam ser avaliados com muito cuidado.
“O mercado pode oferecer tendências, mas nem tudo que funciona fora é aplicável à sua realidade. O segredo é alinhar estratégias com as necessidades da organização”, reforça Daniela.
Antes de adotar essa prática, considere os seguintes pontos:
- Os ganhos em eficiência superam os custos?
- A decisão é justa para os colaboradores?
- A realidade do negócio sustenta essa estratégia?
Com essas respostas, fica mais fácil tomar sua decisão. Mas, se você quer entender mais sobre o tema e conferir exemplos reais, assista ao 108º do ConsultAqui. E lembre-se: para decisões complexas como essa, conte com a ajuda de especialistas como os da Carreira Muller! Entre em contato conosco!