Reuni, neste post, alguns pensamentos que vão te ajudar a renovar seu mindset sobre Carreira.
Pode ser que, em alguns momentos você sinta uma certa inquietação. As reflexões presentes aqui não são convencionais. Aliás, como escreveu Byung-Chul Han em seu livro “Sociedade do Cansaço” (aqui já vai o primeiro pensamento que você deve guardar): “o igual não leva à formação de anticorpos”.
Em tempos de pandemia, mais do que nunca, nós entendemos a importância do fortalecimento do nosso sistema imunológico – que só acontece quando entramos em contato com o que nos causa a doença.
Ou seja, o corpo humano precisa encontrar com a alteridade (natureza ou condição do que é outro, do que é distinto) que é muito mais que algo diferente. Quando eu digo que é diferente é porque tenho o meu como base. Quando digo que é alteridade é porque aquilo é pelo que é, nem mais, nem menos que o meu, não há uma rota de colisão nem um jogo de comparação.
Isso não acontece só dentro do nosso organismo. Nós somos assim.
É por isso, que não podemos ficar confiando em tudo o que o feed do Instagram ou o catálogo da Netflix nos sugerem. Lá, é tudo mais do mesmo. Os algoritmos sugerem aquilo que te agrada, que te convém, porque eles querem que você continue lá, conectado. Se sentir inquietação ou desconforto, o risco de perder sua atenção é grande – e na era do conhecimento, atenção vale ouro.
Antes de mais nada, ainda é preciso deixar um comentário importantíssimo.
Quando falei em refrescar seu mindset sobre carreira, não estou desencorajando o desenvolvimento dos Planos de Carreira dentro das empresas! Muito pelo contrário, isso pode ser feito, mas, antes de chegar nele, é bom tratar o propósito. A razão pela qual se faz algo. E é nisso que vamos focar aqui.
Agora sim, vamos lá!
Três pensamentos para renovar seu mindset sobre Carreira:
Não aposte todas as fichas no Plano de Carreira
“Eu não tenho um plano de carreira”, este é o título de uma reflexão que eu escrevi em meu Linkedin. Minha motivação para escrever este conteúdo (que você pode acessar, clicando aqui) se baseia na crença de que o plano que você tem disponível para você, dentro da companhia em que trabalha, não te define.
Ele é importante, porque cumpre um papel fundamental na condução do negócio, mas se você viver em função de uma trajetória de cargos, facilmente, vai se frustrar com a vida e com a empresa.
Esse mindset também vale do prisma da empresa: não incentive que seus colaboradores vivam em função do trabalho. Como fazer isso? Comunique as trilhas não só para riscar da lista de tarefas do RH a missão de tornar o Plano conhecido. Assuma a responsabilidade de orientá-los no amadurecimento de que a carreira é, realmente, o que a própria palavra significa: um caminho. Então, que ela seja usada como MEIO de impulsionar pessoas e negócios, não como um fim em si mesma.
E se as trilhas de carreira acabarem?
Nós batemos um papo com o Marcelo Nóbrega, sobre o tema Anticarreira (está tudo aqui, neste episódio do Quinto Dia Útil) e uma lição importante que ficou é a de que, se um dia não existirem mais Trilhas de Carreira (ou a própria ideia de carreira como temos hoje), nós vamos inventar outras formas de impulsionar pessoas e performances, porque o objetivo maior não é manter vivas as ferramentas, mas continuar criando meios para que os indivíduos continuem se desenvolvendo profissionalmente.
Resumimos esta ideia neste vídeo.
Essa segunda reflexão se conecta com a primeira. Precisamos encarar o trabalho, não como se fôssemos guardas florestais, que apenas vigiam e conservam as coisas como estão. Nossa postura deve ser mais parecida com a de um jardineiro, que ativamente transforma o ambiente, deixando a terra mais frutífera e extraindo os potenciais de crescimento e desenvolvimento do solo – quem pensou e escreveu isso foi Timothy Keller, em seu livro “Como integrar fé e trabalho” (outra recomendação muito bacana!).
Para isso, muitas ferramentas são necessárias (e elas podem mudar ao longo do tempo, com a modernização ou o aumento do volume de trabalho), mas o objetivo é não deixar a terra como a encontramos.
O RH trabalha com jogos infinitos
Tudo que é desenvolvido e pensado, principalmente sob o aspecto “pessoas”, dentro de uma empresa, precisa ser intencional. Haja vista um dos papéis sociais das empresas, que é gerar empregos e desenvolver economicamente as regiões em que estão – segundo diz nossa Constituição Federal, no artigo 170. Ou seja, há uma grande responsabilidade nisso tudo, que abrange todas as companhias, todos os RHs, todos os colaboradores, todos os cidadãos. É um jogo infinito.
Se você leu meu texto, que citei logo acima no primeiro item, vai entender o que queremos dizer aqui com “jogo infinito”.
Para expandir mais ainda a discussão, quero trazer outro texto, desta vez, da Fernanda Futada, que dá outra perspectiva para a questão: como o RH pode valorizar esse jogo?
E ai, gostou das “provocações”? Comente, aqui embaixo, o que você acha disso tudo que trouxemos nesta publicação!
Emerson Costa
Gerente de Negócios
Uma resposta
Ótimas reflexões!
A Carreira tem realizado um papel de muito valor para área de remuneração que antes tratava as metodologias como um fim, quando na verdade é um meio.