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Você acha que entende tudo de competências profissionais?

Quando o assunto em questão são competências profissionais, não faltam teorias. Basta correr o cursor pelo Google para encontrar diversos artigos sobre as habilidades do futuro, as novas exigências dos recrutadores e como se sobressair em mercados competitivos.

Você certamente já fez isso e sabe que as soft skills estão cada vez mais em evidência. Há quem diga, inclusive, que algumas delas (inteligência emocional, mentalidade de crescimento, pensamento crítico, por exemplo) importam mais que as hard sills.

E ainda há quem diga que esse conceito está — digamos assim — ultrapassado, que as soft e hard skills precisam de uma revisão para acompanhar a acelerada transformação digital. A nova abordagem semântica proposta por pesquisadores da Asia School of Business é smart e sharp skills.

Mas não se engane: neste artigo não vamos falar das smart, sharp, soft ou hard skills. O que vamos trazer é uma nova teoria. Sem nome — ainda!

Uma nova teoria relacionada às competências começa AGORA.

Uma empresa tem dois profissionais que ocupam o mesmo cargo: João e Gustavo. Se João exerce sua atividade com mais qualidade que Pedro, a tendência é que, quando houver um novo desafio, ele será atribuído a quem se sobressaiu. No nosso exemplo: João.

Ao galgar um degrau, João terá, então, a oportunidade de aprimorar suas competências por adquirir mais experiência que Pedro. É uma espiral: o profissional competente se torna mais cobrado ao passo em que fica mais competente — até chegar ao ponto de não poder mais recusar os desafios propostos pelo simples fato de ter uma responsabilidade social e/ou organizacional.

Essa teoria da Espiral das Competências (vamos, por ora, nomeá-la assim) é creditada a Pedro Martins, CEO da PMhub, especialista em gestão de pessoas com alto impacto econômico. Ela está intimamente ligada à máxima do “se você quer que algo seja feito, peça a quem está muito ocupado” e suscita outras questões:

  1. nem sempre somos nós que escolhemos nossa carreira; às vezes é ela que nos escolhe;
  2. há líderes que simplesmente não têm como dizer “não”: a engrenagem do universo os coloca naquela posição;
  3. atingir certo patamar — como o de CEO — não pode ser um objetivo, mas uma consequência de quem é bom naquilo que faz, independentemente do cargo que ocupe. Ou seja, basta entrar na Espiral das Competências.

É isso o que nos mostra Pedro Martins, que já atuou como consultor em mais de 100 organizações e “trocou” a Mercer para abrir sua própria empresa de consultoria quando recebeu um “golpe de sorte”: uma proposta de Herbert Diess, o presidente-executivo da Volkswagen na América Latina.

Trabalhou em 26 países, tem um currículo de tirar o fôlego, 300 anos bem vividos — como ele costuma brincar —, e histórias surpreendentes que foram contadas na  76ª edição do Quinto Dia Útil, o podcast da Carreira Muller.

Pedro é referência internacional em agile transformation, change management, produtividade & performance. Além disso, é reitor e professor da Euro American Business School, já fez parte do corpo docente de 13 universidades e, no Brasil, compõe o quadro da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

É dentro e fora da sala de aula que Pedro exerce os dois significados dicionarizados de professor — professar suas crenças e ministrar aulas. Ensina que, em espiral, os profissionais acumulam competências; diz que a influência é o maior dos poderes; fala sobre o conceito do desapego e nos mostra que, quando estamos no topo, talvez seja o momento de parar.

Ele chegou ao topo da carreira… e voltou à estaca zero. Duas vezes.

A primeira remonta de quando Pedro Martins tinha 10 anos e se inscreveu em um curso de fotografia como fuga para não exercer uma atividade paramilitar no liceu em que estudava.

Com ânsia de conhecimento, passou a estudar outras questões mais ligadas à natureza cultural: jornalismo e rádio. Aos 12 anos, era diretor do jornal do liceu; aos 14/15, se tornou diretor da rádio interna do colégio; aos 17, produtor de uma rádio nacional, a Renascença. Aos 19, se tornou produtor do único canal televisivo à época na RTP (Rádio e Televisão de Portugal) — e ainda atuou como diretor de produção de cinema.

Aos 24 anos, no topo da sua carreira, percebeu que não havia mais margem para evoluir. Criou a 1ª agência de consultoria de comunicação interna de Portugal, que não deu certo porque as pessoas não compravam algo que ainda não conheciam.

Da consultoria de comunicação interna migrou para a consultoria de recursos humanos. É verdade que ele tinha o background da psicologia — interessado pelos fenômenos da natureza sociológica e psicológica em meio à Revolução dos Cravos de 1974, havia se graduado na área. Mas era preciso muito mais.

Voltou à estaca zero, se tornou aprendiz.

A segunda foi quando, aos 32 anos, abriu mão da presidência da Mercer em Portugal e da direção europeia na área de change management por perceber que não havia mais por onde evoluir e por querer melhoras suas entregas aos clientes.

Foram os dois momentos profissionais mais disruptivos de sua carreira, mas não os únicos em que voltou a ser aprendiz. Com notoriedade internacional em produtividade & performance, se tornou trainee em agile transformation.

Saber fazer a leitura de quando sair do topo e voltar para a base, ainda que haja um “preço a pagar”, não é tarefa fácil. Mas essencial — e tem tudo a ver com autoconhecimento.

Profissional de Remuneração: o quanto você se conhece?

O autoconhecimento está relacionado em entender o limiar entre prazer e trabalho, está em desmistificar o sofrimento e conseguir aproveitar o caminho sem necessariamente se importar (tanto!) com o destino final. É estar permanentemente pronto para perder algumas coisas e ganhar outras — o conceito de desapego.

E Pedro fez isso com maestria, ainda que a algum custo – 5 divórcios. Ele conseguiu ponderar aquilo que de fato era fundamental para ele, entendeu o equilíbrio entre pessoal e profissional, abraçou as novidades, priorizou os prazeres do conhecer e do servir.  O que, para ele, é a receita de uma vida incrível.

A simplicidade leva a resultados eficazes e, muitas vezes, a forma mais cara de pagar é com dinheiro.

Ao se conhecer melhor, profissional de Remuneração, você certamente conhecerá melhor o outro e sua percepção de valor. Assim, fará entregas mais assertivas e que impactam as pessoas que estão dentro do negócio.

O autoconhecimento é uma das habilidades do futuro, seja soft ou smart. Se for para entrar na Espiral das Competências, que seja para fazer a diferença na vida das pessoas. Como nos ensina Pedro Martins, esse é o maior legado e patrimônio que podemos deixar.

Confira o 76º Quinto Dia Útil (LINK)!

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