A pressa em responder um e-mail ou mensagem de trabalho pode ser considerada comum nos dias de hoje. Os aparelhos móveis fazem com que as pessoas fiquem sempre conectadas, sempre disponíveis ao recebimento de novas demandas. Recentemente, professoras do departamento de psicologia da Universidade do Norte de Illinois, nos Estados Unidos, cunharam o termo “telepressão” para designar esse comportamento que, de acordo com elas está associado à baixa produtividade e pode provocar problemas de saúde como burnout.
A telepressão é resultado do uso indiscriminado de diversas tecnologias de comunicação no mundo corporativo e da cultura que se criou para que todos estejam disponíveis o tempo todo.
A telepressão, no entanto, além de criar pressão para que as mensagens sejam respondidas imediatamente, também é caracterizada por outro fator: trabalhar fora do horário de expediente.
Os smartphones, celulares, tablets e notebooks proporcionaram a mobilidade no trabalho e, também, as consequências ruins dessa prática.
Segundo as autoras do estudo, Larissa Barber e Alecia Santuzzi, a pressão para responder as mensagens de trabalho instantaneamente, inclusive fora do horário de expediente pode resultar em falta de produtividade. De acordo com elas, esse tipo de conexão contínua não permite às pessoas ter tempo suficiente para se recuperar do trabalho entre um dia e outro.
Por esse motivo, a telepressão não é benéfica nem para a empresa e nem para o colaborador.
O RH, como setor estratégico para o negócio e também voltado ao bem-estar do funcionário pode interferir caso perceba essa cultura dentro da organização.
“O RH deve ficar muito atento e orientar todos os envolvidos sobre como usar bem os meios de comunicação. Deve-se inserir na cultura organizacional o respeito ao tempo de trabalho e ao tempo livre, pois não há garantias de produtividade quando esses momentos se fundem. Normalmente, há um serviço e um lazer de baixa qualidade”, explica o diretor-presidente da Carreira Muller, Robinson Carreira.
Existem alguns sinais que devem ser observados para identificar a telepressão. Um exemplo simples é ficar atento ao horário em que um e-mail foi enviado e se isso aconteceu num domingo, por exemplo. Mas é importante lembrar que não é possível afirmar que num caso desses o funcionário tenha se sentido pressionado a responder.
Para identificar com mais precisão se há ou não telepressão pode-se utilizar as entrevistas de desligamento e as pesquisas de clima organizacional. O importante é que o administrador de RH esteja atento para que essa pressão por resultados não cause desgastes desnecessários ao colaborador e à empresa.
Carreira Muller | Construindo Sentidos