A revista Você S/A publicou matéria sobre um estudo da CTPartners, empresa de recrutamento executivo, feito com companhias do Brasil e de mais 24 países que mostrou quais serão as habilidades mais importantes dos líderes de diversas áreas em 2020. E entre as profissões abordadas estava o Diretor de RH, que, de acordo com a publicação, deverá ser uma espécie de orientador estratégico, responsável por aconselhar o presidente e os executivos da organização sobre como atingir os objetivos da companhia utilizando seu recurso mais poderoso, o capital humano.
A matéria também cita quais são os três passos para o profissional se preparar. Entre eles estão ter uma perspectiva global e multicultural para entender, atrair, cultivar e inspirar funcionários no mundo todo, e construir um ambiente interno no qual possam ser identificadas e valorizadas as diferenças. O terceiro ponto está ligado à necessidade dele aprender a utilizar análises e dados para criar recomendações estratégicas de seleção e gestão de talento voltadas para o alto desempenho. Como primeiro passo para que o RH possa alcançar essa habilidade, está aprender a gostar de números, pois será exigido dele uma capacidade analítica para extrair o melhor da infinidade de dados que terá que cruzar.
E o cenário atual já está caminhando para que isso aconteça. Nunca antes houve tantos recursos tecnológicos e uma variedade de dados (Big Data) tão rica disponível para que o profissional de RH possa respaldar suas decisões. Assim, surge grande oportunidade para que ele possa demonstrar que suas atividades e processos têm um impacto direto sobre o negócio da empresa em que ele atua.
No entanto, apesar da indicação clara desse diferencial competitivo para quem quer chegar em 2020 preparado, um passo anterior precisa ser dado: o RH ainda precisa perceber na TI um parceiro e entender – e aprender a usar estrategicamente – o Big Data, para então estar apto para transformar os dados que levantar em vantagens competitivas. E isso se consegue com interesse, estudo e prática.
Para tanto, as empresas também devem começar a enxergar na TI um aliado para munir o RH com informações precisas e confiáveis para que ele possa agir não por instinto ou “achismo”, mas baseado em evidências.
A revista Você RH divulgou um exemplo positivo de uso da tecnologia pelo RH. Ele aconteceu na Embraco, multinacional do setor de compressores para refrigeração de Santa Catarina, que substituiu as planilhas Excel que usava para manter os dados do quadro de funcionários atualizados por um sistema em cloud (computação em nuvem), solução que permite que todas as informações possam ser visualizadas numa única ferramenta, acessível de qualquer computador conectado à internet. Entre os resultados alcançados com o modelo em nuvem estão agilidade, simplicidade, riqueza das ferramentas de análises de dados e o baixo custo. E isso ultrapassa o setor do RH, com maior integração entre departamentos e, consequentemente, otimização do trabalho realizado.
Essa nova geração de software, que oferece análises mais profundas e uma visão ampla do negócio, pode também ser determinante para o RH desmistificar uma percepção criada pelas outras áreas da empresa: a falta de dados na gestão de pessoas. Uma pesquisa realizada pela Economist Intelligence Unit em nome da KPMG mostrou que apenas 23% dos executivos consultados disseram que os RHs de suas empresas se destacavam pela elaboração de análises corretas e capazes de prever situações futuras.
Entendendo do negócio e tendo dados sobre tudo que envolve os colaboradores, será possível transformá-los em ações efetivas que tragam sucesso para a empresa, desenvolvimento para suas equipes e melhor desempenho. Uma coisa é certa: há um longo percurso a ser percorrido e aprimoramento constante é a palavra de ordem. Como foi citado na matéria da revista “O que antes levava 20 anos para mudar agora leva dois”. Então não é possível perder tempo. E você, está esperando o que?
Carreira Muller | Construindo Sentidos