É indiscutível que a tabela salarial é essencial para configurar o plano de cargos e salários mais adequado para a organização.
Durante o desenvolvimento do Estudo de Políticas e Práticas de Remuneração, perguntamos às empresas participantes qual era o posicionamento desejado frente à mediana de mercado. Confira o resultado:
- 1,2% almejam estar significativamente abaixo;
- 16,12% desejam estar ligeiramente abaixo;
- 68,78% querem estar alinhadas com a mediana;
- 12,24% buscam estar ligeiramente superior;
- 1,63% querem estar significativamente superior à mediana.
Claramente, a maioria das empresas busca estar alinhada à mediana. Mas será que a melhor opção é sempre aplicar a mediana do mercado para toda a organização? Estar fora dela é prejudicial? É sobre isso que vamos falar nesse conteúdo.
Estar fora da mediana de mercado é bom ou ruim?
Se pensarmos em remuneração estratégica, o gestor tem dois compromissos:
1º) Atrair, engajar e reter os talentos da sua empresa;
2º) Contribuir com os resultados do negócio.
Ao praticarmos um valor acima do mercado, muito provavelmente isso impactará no resultado financeiro da empresa. Afinal, ao aumentar os custos, cai a margem de lucro. Essa equação pode inclusive afetar o produto comercializado, deixando-o pouco competitivo devido ao custo interno alto.
Em algumas ocasiões, faz sentido estar acima da mediana. Por exemplo, quando a empresa é reconhecida pela inovação no desenvolvimento de seus produtos e precisa de uma equipe mais talentosa. Consequentemente, essa sua necessidade impacta em uma remuneração acima do mercado.
O contrário acontece em casos de commodities: se não há uma diferenciação de produtos, pode ser necessário conter gastos para se tornar competitivo, o que exige trabalhar com salários menores.
É verdade que atrair, engajar e reter fica mais fácil quando se pratica salários acima do mercado. Porém, essa é uma decisão que deve estar muito bem alinhada por atingir diretamente o resultado do negócio.
Como saber se estou alinhado à mediana?
A ConsultaSalarial® traz essa análise facilitada. Ao buscar por um cargo em específico, é possível encontrar os dados da sua empresa e compará-los com o mercado. Tanto em relação ao salário base quanto em relação ao total dinheiro e remuneração total.
O sistema indica não somente se você está alinhado com o mercado, mas também o percentual se estiver acima ou abaixo. Vale lembrar que sempre existe uma margem aceitável: ela corresponde ao desempenho e maturidade do colaborador em sua posição, englobando desta forma eventuais aumentos ou uso de percentuais abaixo da mediana em casos de aprendizagem das atividades, por exemplo.
Minha tabela está com problema?
Há alguns pontos que podem passar a sensação de um problema de tabela, quando na verdade não são. Vamos trazer dois exemplos para que você esteja atento:
1.Sobreposição de faixas
Muitas vezes, quando trabalhamos com grades, as faixas de alto desempenho de um cargo são maiores que as iniciais do grade seguinte. Por exemplo, um profissional pleno de alto desempenho que recebe mais que um sênior iniciante.
Isso pode acontecer na tabela porque estamos comparando um profissional de alto desempenho com um iniciante em começo de faixa. Além disso, cargos de uma mesma família não precisam necessariamente estar em grades sequenciais e intervalos de grade entre os cargos podem ser aplicados sem problema algum.
Quer entender mais profundamente sobre sobreposição de faixa? O curso da Carreira Muller sobre Plano de Cargos e Salários tem um módulo inteiro dedicado a isso. Ele é totalmente online!
2. Diferença entre os valores de pesquisa e da tabela
Se você identificar uma diferença entre a tabela e a pesquisa, não necessariamente existe um problema. É preciso analisar a estratégia do negócio, se o objetivo é realmente estar dentro da mediana ou acima dela.
Também é importante se certificar que o mercado analisado é o mesmo utilizado como referência na confecção da tabela: nacional, regional ou por segmento específico. O que também pode ter ocorrido é uma limitação nas opções de grades disponíveis na tabela. Nesse caso, a diferença pode surgir no momento de enquadrar um cargo dentro dos grades já estabelecidos.
O que se deve fazer, nesse caso, é buscar o midpoint que mais se aproxima ao valor utilizado como referência de mercado. A distância entre grades é diferente para cada empresa – e nem sempre um novo cargo está contemplado com o mesmo valor. Por isso, uma sugestão é encontrar o midpoint do grade mais próximo, mesmo que não seja o grade sequencial.
Esperamos que esse conteúdo tenha contribuído para sanar algumas dúvidas. Se você tiver outras sobre Remuneração, visite nosso canal no YouTube e confira os episódios do Consultaqui! Todas as semanas respondemos questões enviadas por vocês, sem “remunerês”!
Respostas de 2
Quero muito mim aprofundar, junto com minha mente que nenhum segundo pra de trabalhar.
Que ótimo Mateus! Ficamos muito felizes com mensagens assim, conte conosco e não esqueça que temos sempre conteúdos novos em nossas redes.