A cada dez profissionais, seis trocam de emprego ao menos uma vez por ano. As consequências, além das trocas constantes de cadeiras, que geram custos para as empresas, são menor tempo de adaptação, aprendizagem e desenvolvimento para os colaboradores. Este dado, fonte de uma pesquisa realizada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da República em agosto de 2013, é fruto da ansiedade por melhores salários e melhores cargos, bem como da falta de planejamento estratégico das empresas.
Temos, portanto, a organização que busca um funcionário que evolua e permaneça focado, produtivo e dedicado ao trabalho, e do outro lado temos um indivíduo que se empenha em crescer profissionalmente. Essas duas necessidades, em princípio contraditórias, podem quando unidas ser benéficas para ambas as partes. Para tal, os departamentos de Recursos Humanos precisam implantar táticas para que os colaboradores da empresa estejam constantemente comprometidos com seu trabalho. Em resumo, dar condições para que a busca pelo sucesso individual esteja atrelado ao sucesso da própria empresa.
A estratégia necessária para atingir este objetivo passa pela estruturação de um projeto completo de Carreira e Remuneração. O colaborador estará ciente de que poderá crescer profissionalmente naquela companhia. Saberá como fazê-lo, quais são as etapas, as metas, quais conhecimentos ele precisa ter para que possa subir mais um degrau no organograma da organização e por consequência obter um aumento salarial. Do outro lado, a empresa terá um funcionário completamente dedicado a atingir esses objetivos, o que influi diretamente na prosperidade daquela entidade. Isto é o verdadeiro trabalho em equipe.
Esta parceria, além de diminuir os custos, valoriza os talentos e os mantêm na empresa, em um mercado severamente concorrido. As futuras lideranças são desenvolvidas na própria corporação, o que é mais seguro e econômico. Os resultados normalmente são mais alinhados com a cultura da empresa. Sempre que promovemos alguém internamente comunicamos ao público que formamos e reconhecemos talentos internos, o que incentiva a busca constante por melhoria.
Contudo, vale lembrar que desenvolver exige disciplina e dedicação. Os gestores devem conhecer o perfil de seus profissionais e trabalhar de modo a desenvolver habilidades e talentos. Atualmente pode-se contar com ferramentas que identificam melhores aptidões e os pontos fracos que precisam ser trabalhados. Pessoas engajadas geram resultados de forma espantosa. Quando a empresa investe em seus profissionais, isso reverte em produtividade, qualidade dos trabalhos e coopera para aumentar os ganhos de todos.
Robinson Carreira – Diretor Presidente da Carreira Muller Consultoria
Texto originalmente publicado no site www.gestaoerh.com.br, dia 29 de janeiro de 2014.
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