Essa época do ano nos traz muitas reflexões. Parece um pouco clichê, mas realmente é quando refletimos sobre tudo que o ano passado nos trouxe e nos permitimos planejar novos recomeços. Por isso, os dois primeiros posts de 2018 carregam um pensamento consigo: vamos refletir sobre nossas escolhas até aqui.
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Hoje, exploraremos algumas bases psicológicas que servem como fonte de motivação para encontrarmos significado no trabalho.
Quando discutimos esse assunto, é natural pensarmos primeiramente em salários, mas isso significa apenas olhar para a ponta do iceberg. Constantemente, nós tratamos desse assunto em nossas publicações e estudos, porque é importante que o RH perceba que há uma infinidade de caminhos para motivar e engajar um time. Sendo assim, essa discussão se torna muito relevante.
“Guardar dinheiro” e “alcançar status” são os dois fatores que mais se destacam nas motivações extrínsecas, ou seja, aquelas que dependem de agentes externos para existir.
Para os profissionais que se encaixam nesse perfil motivacional, princípios como autonomia, estabilidade, segurança financeira, reconhecimento e autoestima são fundamentais. Isso nos faz lembrar da seguinte interpretação da pirâmide de Maslow no ambiente organizacional:
O problema de se prender demais ao dinheiro e à busca pelo status, é ficar acorrentado a um modo de vida cíclico ou, como o psicólogo Martin Seligman denomina: cadeia hedonista. A medida que enriquecemos e acumulamos mais posses materiais, nossas expectativas aumentam, por isso trabalhamos mais, para ganhar mais dinheiro, a fim de comprar mais bens de consumo e continuar aumentando nosso bem-estar. Em seguida, as expectativas aumentam de novo e o processo não tem fim.
Por outro lado, na lista de fatores intrínsecos, ou seja, aqueles que dependem mais da forma como nos sentimos diante do que fazemos do que com os agentes externos, “fazer a diferença”, “seguir paixões” e “usar talentos” são motivos valiosos.
Para ilustrar a ação dessas bases psicológicas, podemos usar a história de Leonardo Da Vinci como exemplo. Ele era incansável! Estudou engenharia, filosofia, música e se destacou também como pintor, inventor e naturalista. A curiosidade era o motor de suas descobertas.
Em certo momento de sua vida, Leonardo deve ter sentido um forte desejo por deixar sua marca no mundo e fazer a diferença usando seus talentos. Tudo isso tornou seu trabalho muito mais significativo.
“Todos podem ser grandes, porque todos podem servir”.
Essa frase é de Martin Luther King, que, da mesma forma, deixou sua contribuição à humanidade, só que dessa vez, por meio de seus exemplos de ato de serviço e dedicação. Fazer a diferença era o que motivava seus esforços.
É bem difícil julgar cada um dos fatores como sendo bons ou ruins. Tudo isso é uma escolha.
Diante disso, o RH pode aprender a interpretar e lidar com cada um deles, para obter o máximo de aproveitamento da equipe – na base e na ponta do iceberg. Poderíamos até dizer que é um recurso de inteligência emocional, já que cada um se motiva por um gatilho específico.
Por fim, o escritor francês François-René de Chateaubriand escreveu, há mais de 100 anos, um pensamento que serve como reflexão sobre o que torna o trabalho significativo:
“Um mestre na arte de viver não faz uma distinção nítida entre trabalho e diversão; trabalho e lazer; mente e corpo; instrução e recreação. Ele dificilmente sabe qual é qual. Simplesmente segue sua visão de excelência em tudo o que está fazendo e deixa os outros determinarem se ele está trabalhando ou se divertindo. Para si mesmo, ele sempre parece estar fazendo as duas coisas”.