Domingo à noite, os meus ânimos à flor da pele: entrava em quadra o time feminino de vôlei para representar o Brasil contra a seleção russa. E 3 sets depois, o Brasil era vencedor. Apesar do jogo ter sido acirrado, não foi um dos mais difíceis. Situação bem diferente do que vi ontem no jogo entre a seleção e a China. As mesmas jogadoras, o mesmo técnico, a torcida animada e… perdemos. Foram 3 sets a 2 e o sonho do tricampeonato olímpico escapou pelas mãos, literalmente.
Quando as “meninas” do vôlei começaram a enfrentar aquela dificuldade, me peguei pensando: o que fez o Brasil vencer no último jogo e perder desta vez?
Em uma das minhas muitas divagações enquanto acompanhava o final do último set, fiz uma analogia entre o que assistia em quadra e o que vejo diariamente em minha vida como consultor na Carreira. A rotina de uma companhia não é muito diferente do que vimos ali e muitas lições do esporte podem ser aplicadas ao mundo corporativo.
Pensei no jogo como uma disputa entre duas empresas tentando se superar. Cada uma com sua Estratégia (Planejamento), suas Características (Cultura) e seu Jogo (Produto/Serviço), sendo testados contra um adversário tão qualificado quanto você, buscando atingir o mesmo objetivo.
O juiz, atento a tudo, é o mercado; ele é quem dita as regras e, quando toma uma decisão, não há muita negociação.
Suas ações são rígidas e “atropelam” aqueles que não se adaptam. As jogadoras são as colaboradoras, que precisam estar atentas, ter foco, trabalhar em equipe e estar motivadas para buscar a vitória com muita garra e união; lembrando que seu elo mais fraco poderá mostrar sua real força.
Dentro de quadra, seguem a capitã, que nada mais é do que a líder, que orienta, motiva e toma decisões rápidas para conduzir a equipe. Suas decisões precisam ser dinâmicas, focadas no resultado e estarem pautadas no alinhamento delas com o técnico, o gestor. Ela decide quem entra e quem sai, baseando-se em suas competências e entendendo quem é mais importante para o desafio que a empresa está enfrentando.
É ela a responsável por mudanças estratégicas que precisam ser realizadas em momentos em que o time começa a ficar em desvantagem e planeja os próximos passos rumo à vitória. Para vencer, precisará do auxílio, colaboração e força de todos, visto que o gestor, por si só, não atingirá a meta prevista. O possível fracasso, apesar de não esperado, poderá acontecer; e não deverá ser de sua inteira responsabilidade, assim como a vitória também não será apenas por seus méritos de gestão.
Essa energia e também a sinergia que vemos nos envolvidos na disputa olímpica precisam inspirar as empresas em todos os momentos, inclusive enquanto o time está “ganhando”.
Assim como o que acontece nas quadras, as organizações devem ser organismos vivos com a capacidade de se reinventarem constantemente.
É claro que sempre baseadas em indicadores e práticas de mercado, mas entendendo que, o que hoje faz sentido, em breve poderá ser descartado. E saber transmitir isso para seu time, alinhando a cultura entre eles, mantendo-os motivados e inspirados. Tanto os atletas quanto os colaboradores precisam ter em mente que, sem trabalho em equipe não se conquista uma vitória.
Quando o esporte é coletivo o grupo faz a diferença, afinal quem quer ir mais rápido vai sozinho, mas quem quer ir mais longe vai junto.
Se assim for, acredito que quando o “apito do mercado” marcar o final da disputa, a empresa estará no lugar mais alto do pódio!
Felipe Cruz
Consultor de Remuneração da Carreira Muller
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