A felicidade é um item importante na motivação das equipes de trabalho. Uma pesquisa feita pela Gallup, nos Estados Unidos, mostrou que, nas empresas, colaboradores que trabalham mais felizes produzem 12% a mais que os demais. Em contrapartida, revelou que aqueles que estão infelizes levam a um gasto com demissões de 350 bilhões de dólares por ano, o equivalente a cerca de 900 bilhões de reais.
Esse resultado toca em dois pontos principais do funcionamento de qualquer empresa: manter o lucro e resultados e, ao mesmo tempo, um bom ambiente de trabalho e com funcionários produtivos. Essas duas vertentes estão intimamente ligadas, tendo em vista que colaboradores satisfeitos em fazer parte daquele time são eficazes, resultando na prosperidade financeira da empresa.
A questão é que, no contexto atual, esse incentivo é algo bastante relativo. As já tradicionais formas de se motivar alguém a desempenhar melhor ou com mais agilidade determinada função começam a dar espaço para ideias cada vez mais criativas. Empresas não apenas dos Estados Unidos, mas também aqui do Brasil, estão investindo em alternativas inovadoras para motivar seu pessoal.
Algumas dão folga para aqueles que conseguem cumprir a meta antes do final do mês, outras dão uma viagem e a única exigência que fazem é que seja para um lugar desconhecido. Existem aquelas que autorizam a entrada do cachorro no escritório durante o expediente. Há também as que impedem o pessoal de fazer hora extra “desmontando” as mesas do escritório pontualmente às 18h. O argumento principal é que essas experiências permitem que o funcionário saia da zona de conforto e evite que a rotina limite sua capacidade de agregar novas ideias à empresa, ou, até mesmo, leve à falta de iniciativa.
Apesar de ser uma prática crescente, ela ainda não pode ser considerada uma tendência cabível para todas as instituições.
Em empresas mais jovens, como startups, onde a formalidade ou o cumprimento de horários fixos de trabalho são quesitos menos importantes, esse modelo faz sentido e vai reter talentos. No entanto, empresas mais formais, com uma cultura um pouco mais rígida, provavelmente terão resistência na adesão a esse formato.
A grande questão a ser discutida, antes de mais nada, não é o benefício específico em si, seja uma folga ou uma viagem, mas, antes de tudo, a empresa tem que ver, nessas concessões, benefícios que agreguem à marca empregadora e à rentabilidade. E isso dependerá do perfil dos profissionais e do que eles realmente enxergam como valor. Na prática, é necessário mapear o perfil dos profissionais, através de uma pesquisa, por exemplo, para entender o que eles realmente valorizam e como eles estão vendo a dinâmica de trabalho. A razão de irem até sua empresa é para sanar a necessidade de encontrar um meio de ganhar a vida? Ou eles buscam uma oportunidade de desenvolvimento pessoal? Eles trabalham ali porque acreditam que são instrumentos para a construção de uma sociedade?
Emerson Costa, gestor de marcas na Carreira Muller, explica que, independente da razão, mapear os sentidos que os regem, seus valores e o que a sua empresa está disposta a conceder é um bom começo para se pensar nos benefícios mais dinâmicos e até engraçados que vemos em algumas empresas do século XXI.
“No final das contas, seja qual for o modelo que irá aplicar, é importante ter em mente que ele pode, fortemente, agregar à sua empresa, trazendo rentabilidade por conta da mão de obra que se engajará ainda mais”, conclui.
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