Foi-se o tempo em que o aumento de salário era o maior desejo dos trabalhadores. No mundo moderno, os valores intangíveis podem ser muito mais valiosos para as pessoas, que enxergam na qualidade de vida uma recompensa maior do que o dinheiro.
Isso pode ser comprovado por uma pesquisa recente que revelou que 43% das pessoas preferem um trabalho flexível a um aumento de 10% no contracheque. O levantamento foi realizado pela empresa de softwares Unify e contou com a participação de mais de 800 profissionais de diversos países e áreas de atuação.
Mesmo quando questionados sobre a possibilidade de ter um aumento de 20% no salário, 36% dos entrevistados continuaram optando pelos horários mais flexíveis. A pesquisa também mostra que um terço dos entrevistados trocaria de emprego se recebesse uma oferta em que seus horários fossem mais adaptáveis às suas necessidades.
Os motivos para querer ter mais tempo livre varia de acordo com cada pessoa, mas a pesquisa conseguiu mapear alguns deles. A maioria, 43%, gostaria desse tempo para lidar com as responsabilidades familiares. Já 38% da amostra usaria esse período extra sem trabalho para aproveitar a vida. Outros fatores como: redução do tempo de deslocamento até o trabalho, alinhamento com horários mais produtivos e alinhamento com colegas com outros fusos horários, também estão entre os motivos citados.
“Essa forma de pensar do trabalhador moderno exige muito mais estratégia dos setores de Recursos Humanos para que mantenham seus colabores produtivos e satisfeitos. As recompensas não são mais tangíveis, nem sempre podem ser medidas, como acontece com o aumento de salário. É preciso ter planejamento e práticas desenhadas exclusivamente para o perfil dos profissionais da empresa para que, de fato, agreguem qualidade de vida em suas rotinas”, comenta o Diretor Presidente da Carreira Muller, Robinson Carreira.
Horário flexível está alinhado com proposta do Banco Mundial para a crise do emprego
Recentemente o Banco Mundial divulgou um estudo sobre a situação do emprego no mundo e, de acordo com o relatório, as perspectivas para o futuro não são animadoras. Para se ter ideia, o documento diz que até 2030 o mundo terá de criar mais de 600 milhões de novos postos de trabalho apenas para lidar com o aumento da população.
De certa forma, os horários flexíveis ou a jornada reduzida podem ser uma solução para a criação de novas vagas de trabalho. Algumas empresas, como o Google, por exemplo, já defendem essas práticas. No entanto, elas estão bem distantes da realidade da grande maioria das empresas. Para que isso se torne mais palpável, os impactos econômicos para elas, que terão de contratar mais profissionais, devem ser considerados e esse deve ser o grande impasse para a popularização desses conceitos.
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