“Qual é o tempo médio que um colaborador leva para progredir do nível Junior para o Sênior na sua empresa?” Essa é uma das perguntas que compõem o último estudo de Indicadores de RH da Carreira Muller, e que nos sugere uma tendência: as carreiras estão cada vez mais aceleradas dentro das organizações.
Como pode ver no gráfico abaixo, quase 35% dos profissionais administrativos progridem do nível Junior para o Sênior em, NO MÁXIMO, três anos de empresa. O percentual é semelhante para os cargos operacionais.
Os dados acabam confirmando a percepção inicial de que as carreiras realmente estão se movendo em ritmo acelerado, e também levanta reflexões importantes sobre esse cenário. Vamos listar quatro delas!
1ª) Revisão de estratégia
A tendência de carreiras aceleradas aponta para a necessidade de revisão de estratégias de recrutamento, desenvolvimento e engajamento. Se a progressão de Junior para Sênior vem ocorrendo em um prazo relativamente curto, o ideal é que as organizações estejam preparadas para identificar e cultivar habilidades.
Isso implica investir em programas de desenvolvimento ágeis, mentorias e oportunidades de aprendizado contínuo para garantir que os profissionais estejam aptos a enfrentar os desafios crescentes de suas novas posições.
Além disso, é fundamental que as empresas criem ambientes de trabalho que incentivem a motivação e o engajamento dos colaboradores. A rápida progressão pode gerar desafios de adaptação e burnout se estes não forem adequadamente gerenciados.
2ª) Manutenção do turnover saudável
A aceleração das carreiras traz desafios considerando a manutenção de índices saudáveis de turnover. Isso porque há grande chance do profissional não conseguir subir de cadeira na velocidade que gostaria e, consequentemente, a empresa perder esse colaborador frente a outras propostas do mercado.
Além disso, o avanço na hierarquia organizacional pode resultar em frustração para os profissionais que esperam ascender mais rapidamente ou que não estão preparados para assumir novas responsabilidades em um curto período de tempo.
A recomendação é para que as empresas adotem abordagens proativas para avaliar e gerenciar as expectativas dos funcionários em relação ao seu desenvolvimento de carreira, oferecendo planos de progressão claros e transparentes, bem como oportunidades de crescimento e reconhecimento que incentivem a permanência e o comprometimento a longo prazo.
3ª) Diversidade e inclusão
Embora a aceleração na ascensão de cargos possa ser vista como um sinal positivo de meritocracia e oportunidade igualitária, é importante observar como essa dinâmica afeta grupos sub-representados.
Pesquisas mostram que mulheres, minorias étnicas e outros grupos historicamente marginalizados muitas vezes enfrentam barreiras adicionais no avanço de suas carreiras. Portanto, a rápida progressão pode amplificar essas disparidades se não forem implementadas políticas e programas específicos para promover a equidade e a inclusão.
As empresas precisam estar atentas para garantir que seus processos sejam justos e imparciais, e que existam oportunidades de desenvolvimento acessíveis a todos, independentemente de sua origem, raça, gênero ou identidade.
3ª) Falta de apuração
Um ponto que chama a atenção no estudo de Indicadores de RH da Carreira Muller é que 39,81% das empresas ainda não apuram o tempo médio de progressão entre os níveis Junior e Sênior para os cargos operacionais e 36,30% não apuram os cargos administrativos.
É uma questão preocupante por sugerir uma possível falta de critérios e políticas bem definidos para a progressão de carreira. A ausência de métricas transparentes pode dificultar a identificação de lacunas de competências, a avaliação do desempenho e a tomada de decisões estratégicas relacionadas ao desenvolvimento e engajamento de talentos.
O que fazer em um cenário de carreiras aceleradas?
Em um cenário de carreiras aceleradas, entendemos ser essencial às organizações implementarem sistemas de monitoramento e avaliação que permitam uma análise contínua do progresso dos colaboradores, identificando áreas de melhoria e oportunidades de desenvolvimento.
Isso não só contribuirá para a construção de uma equipe mais capacitada e engajada, mas também fortalece sua competitividade e a sustentabilidade do negócio a longo prazo.
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