A transformação digital está acelerando mais do que processos e tecnologias — ela também está criando novas profissões e até mesmo reinventando antigas em um ritmo que desafia estruturas tradicionais de cargos e salários. É um cenário de combinação desafiadora: cargos em alta, remuneração aquecida e uma baixa taxa de desemprego.
Diante disso, como os profissionais de Remuneração podem se preparar para lidar com cargos em alta e tendências que se movem em alta velocidade?
Neste artigo, vamos explorar os pontos essenciais sobre o tema, com base na experiência de Maisa Pena, Coordenadora de Remuneração da Carreira Muller. Como exemplo, apresentamos alguns cargos que vêm ganhando destaque, segundo o último Boletim Carreira Muller | 1º Semestre de 2025.
Principais cargos em alta no mercado
1) Bibliotecários: reposicionamento de funções
Quando falamos em cargos do futuro, é comum pensar em algo ainda pouco falado e/ou da área de tecnologia, ligado à inteligência artificial. Mas um exemplo claro de como a revolução digital está moldando o mercado de trabalho é a evolução dos bibliotecários.
Maisa destaca que o segundo semestre de 2024 trouxe um aumento expressivo na valorização desse cargo, especialmente pelo contexto ligado à transformação digital.
“Os bibliotecários estão participando da transformação digital, que está crescendo cada vez mais nas empresas. Muitos clientes da ConsultaSalarial® têm nos sinalizado isso, e já vemos também o reflexo em fontes oficiais. É um movimento que aparece claramente nas nossas análises salariais”, conta Maisa.
Na imagem, podemos acompanhar dados com detalhes — salário-base, remuneração total, descrição de funções e destaque para cargos em alta. Além disso, os boletins semestrais da Carreira Muller, que analisam tendências salariais, confirmam este movimento. Eles detalham o crescimento salarial deste cargo, reforçando que se trata de uma trilha de carreira com aumento expressivo em relação a outras posições da ConsultaSalarial®.
2) TI, Inteligência de Vendas, Risco e Compliance: os queridinhos do momento
Ainda que o cargo de bibliotecário chame a atenção, a área de tecnologia segue dominando o ranking de cargos em alta.
“Desenvolvedores, cientistas de dados, especialistas em segurança da informação… essas são as posições mais recorrentes. Mas também vemos crescimento em áreas como inteligência de vendas e compliance, por exemplo”, explica Maisa.
Esses dados ajudam não só a entender o mercado, mas também a apoiar decisões estratégicas de Remuneração e carreira dentro das empresas.
O mercado está quente — e a disputa por talentos, mais ainda
A taxa de desemprego no Brasil atingiu níveis historicamente baixos entre novembro de 2024 e janeiro de 2025. Isso significa um mercado de trabalho bastante aquecido — e uma disputa ainda mais intensa pelos melhores profissionais. Os talentos começam a receber ofertas mais agressivas de empresas concorrentes que disputam o mesmo mercado.
Isso, obviamente, cria uma pressão significativa sobre as áreas de Recursos Humanos — especialmente Recrutamento e Remuneração. E, nesse contexto, a tentação de conceder aumentos pontuais para “segurar” talentos é grande.
Mas a orientação é ter cuidado com medidas impulsivas.
“Se já existe uma escassez generalizada de mão de obra, e ainda há uma disputa intensa por posições estratégicas — o que não é novo, já acontece desde 2020 —, não adianta tentar resolver tudo com aumentos salariais. Deveria eu dar aumento para todo mundo e cobrir qualquer oferta? De jeito nenhum. É justamente isso que não devo fazer”, explica Maisa.
Estratégia é tudo: por onde começar?
Em momentos de pressão, a tentação é ceder — mas é aí que entra a importância de uma estratégia bem definida. A resposta não está em soluções genéricas ou aumentos automáticos. Está em conhecer sua realidade interna, entender o que o mercado paga de fato e tomar decisões embasadas.
“Nada melhor do que uma pesquisa salarial segura, com dados confiáveis de mercado. Se a empresa baseia suas decisões apenas em entrevistas de desligamento ou em informações trazidas por candidatos durante o processo seletivo, corre o risco de se basear em dados especulativos ou enviesados — muitas vezes impulsionados por pressões internas, como a urgência de um gestor para preencher uma vaga aberta.”
Para fugir de achismos e manipulações que podem acontecer, é muito importante que exista uma fonte de dados confiável, que forneça dados detalhados e atualizados sobre o mercado. Essas informações ajudam a identificar tendências reais, permitindo que a empresa seja estratégica — mesmo em um mercado altamente competitivo.
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