Mérito X Acordo coletivo: essa discussão é antiga!
Em comemoração ao primeiro aniversário do ConsultAqui, o Coordenador Comercial e o Coordenador de Remuneração da Carreira Muller, Filipe Ferretti e Felipe Cruz , respectivamente, se reuniram na bancada do programa para responder às principais dúvidas de clientes e ouvintes. Uma delas partiu da Natalia Camara, que você confere logo abaixo:
“A minha dúvida seria: como explicar para o global a necessidade de realizar reconhecimentos por mérito nas unidades do Brasil mesmo tendo dissídios relativamente altos em consideração à inflação que eles têm nos EUA? Existem dados de empresas multinacionais americanas (ou de grande porte) que realizam ciclos de méritos mesmo tendo que pagar o dissídio anualmente?”
Realmente é um grande desafio justificar um aumento individual por mérito quando o acordo coletivo está em patamares elevados. Vamos fazer uma análise do contexto – e trazer essa resposta!
Programas de mérito e o comportamento do mercado
Em 2021, a inflação no Brasil acumulou alta de 10,06%, e muitas organizações acompanharam esse movimento na aplicação dos acordos coletivos. O boletim que a Carreira Muller realiza para mostrar o comportamento de mercado do último período evidencia esse cenário.
A imagem nos mostra que, de janeiro até agosto de 2022, os acordos coletivos estavam fechando na casa dos dois dígitos, ou seja, acima dos 10%. É um índice alto: praticamente todo o orçamento fica contingenciado para pagamento de acordo do quadro total de colaboradores.
Como prática de mercado, vimos que boa parte das empresas acabou congelando as movimentações individuais e não seguiu com os programas de mérito. Obviamente que ajustes pontuais anteriormente programados ou casos mais críticos foram feitos, mas a aplicação do acordo coletivo para a maioria das pessoas em mais de 10% praticamente inviabilizou as políticas de mérito.
Se for necessário, como justificar esse mérito?
Do ponto de vista financeiro, olhando para o custo da organização, realmente não há muita margem de argumentação: o global vai se ater ao orçamento tomado pela aplicação do acordo coletivo. Mas é preciso levar em consideração o engajamento, o comprometimento e a motivação dos profissionais.
Acordo coletivo é a reposição da inflação e do poder de compra. Não é reconhecimento.
Um profissional de alta performance, com potencial para gestor ou especialista, precisa progredir em sua carreira. Os que estão abaixo da tabela também precisam de reajuste. Isso significa que casos pontuais exigem revisão, por mais criteriosa que ela seja e independentemente dos percentuais aplicados nas negociações coletivas.
A justificativa para continuidade dos programas de mérito, enquadramento e promoções é, então, o engajamento de pessoal. Pode ser desafiador explicar isso para o global? Sim. Mas recomendamos aos gestores das filiais que evidenciem a importância dessa reestruturação para que os profissionais cumpram a sua trilha, para manter profissionais qualificados, não haver “debandada” de pessoal e consequente aumento de turnover.
É como disse o Felipe, “não há elogio maior que o dinheiro”.
Um ponto positivo é que talvez nem seja preciso fazer essa justificativa em breve. Desde setembro de 2022, vemos um movimento de queda da inflação no Brasil. O Boletim Focus inclusive projeta o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2023 para 4,84%, o que deve resguardar o orçamento das empresas para fazer movimentações por mérito, enquadramento ou promoções. Com isso, as organizações ganham flexibilidade para atuar com mais estratégia.
E, falando em estratégia de Remuneração, você já sabe: a Carreira Muller é especialista no assunto. Fale conosco e veja como podemos construir o melhor modelo para sua empresa! Tem alguma dúvida? Coloque na caixinha aqui embaixo!