Todas as empresas buscam aumentar sua produtividade e reduzir os custos para ampliar seus lucros. Essa é uma das lógicas do capitalismo e o principal objetivo dos gestores das organizações. Rever contratos com fornecedores, cortar benefícios como cafezinhos e encontrar o ralo por onde pode estar escorrendo o dinheiro pode ser uma saída para alcançar a meta. Mas quando o corte de custos passa pelos salários a empresa corre riscos.
A afirmação é da professora de gestão do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), Zeynep Ton. Ela escreveu o livro intitulado The Good Jobs Strategy ou A Estratégia dos Bons Empregos, em tradução livre. Na publicação, a professora conclui que a estratégia de crescimento das empresas precisa incluir uma política clara e objetiva de remuneração. De acordo com ela, o corte de salários ou de cargos na empresa traz um alívio imediato em situações de emergência, mas ao longo prazo compromete a competitividade da organização no mercado.
“Existe uma falsa sabedoria de que a melhor e talvez única maneira de oferecer os preços mais baixos e ser rentável é pela via do enxugamento total de custos. E isso passa pelos salários. O que é preciso saber, porém, é que um empregado bem remunerado é também mais comprometido com o bom desempenho da empresa”, explica Zeynep.
Deste modo, as empresas que possuem um plano de carreira e remuneração saem na frente mesmo quando estão em um momento desfavorável financeiramente. Com o funcionário satisfeito e enxergando possibilidades de crescimento, mesmo quando a empresa está em crise, existe a vontade de colaborar para que a situação melhore. No entanto, se ele não ver portas abertas para seu crescimento e é mal remunerado, no primeiro sinal de crise ele procurará por outro emprego.
Planejar a carreira e os salários dos colaboradores não é apenas uma maneira de tê-los ao lado da empresa em momentos difíceis, mas também uma forma de reter os bons profissionais que farão dela uma organização sempre em expansão no mercado. Atualmente, esta tem sido a função e o desafio dos setores de Recursos Humanos, que agregaram às suas atividades um perfil cada vez mais estratégico.
Fonte: Baseado em entrevista publicada na Exame.com
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