A sua empresa possui programas de promoção da saúde mental no ambiente de trabalho? Se a resposta for “sim”, ela atende a um dos critérios para receber o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental.
O novo “selo” criado pelo governo federal, por meio da Lei 14.831, de 27 de março de 2024, busca estimular as organizações a encararem os problemas de saúde mental e bem-estar dos funcionários de uma forma mais séria.
Mas, o que isso significa, quais são os critérios e como as empresas devem se posicionar? É sobre isso que vamos falar neste conteúdo.
O que é o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental?
O Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental trata-se de uma honraria a ser dada pelo governo federal às empresas que efetivamente desenvolverem ações e políticas fundamentadas em diretrizes relacionadas à promoção da saúde mental, do bem-estar dos colaboradores, além de tratar de transparência e prestação de contas.
Fazem parte das diretrizes:
- Implementar programas de promoção da saúde mental no ambiente de trabalho;
- Ofertar acesso a recursos de apoio psicológico e psiquiátrico para seus trabalhadores;
- Promover conscientização sobre a importância do tema por meio de campanhas e treinamentos;
- Capacitar lideranças;
- Combater a discriminação e o assédio em todas as suas formas;
- Avaliar e acompanhar as ações implementadas;
- Incentivar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional;
- Incentivar a prática de atividades físicas e de lazer;
- Manter canais para receber sugestões e avaliações;
- Promover o desenvolvimento de metas e análises periódicas dos resultados relacionados à implementação das ações, entre outras.
A concessão do “selo” será realizada por comissão certificadora nomeada pelo governo federal, e o certificado terá validade de dois anos. Depois desse período, a empresa deverá passar por nova avaliação para sua renovação.
Selo de saúde mental reflete mudança de paradigma
O Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental é reflexo de uma mudança de paradigma que vemos acontecer há algum tempo no mundo corporativo com relação à saúde mental dos colaboradores.
Antes negligenciado ou tratado como tabu, o assunto ganhou amplitude à medida que a sociedade como um todo passou a reconhecer a importância da saúde mental.
Principalmente depois da Covid-19, houve uma crescente conscientização sobre os impactos do burnout no local de trabalho e os custos associados à saúde mental para as empresas — estamos falando de absenteísmo, queda de produtividade, turnover, etc.
Além disso, a chegada das novas gerações ao mercado de trabalho também trouxe uma abordagem mais aberta e consciente em relação a esse assunto, exigindo ambientes de trabalho inclusivos e humanizados.
Consequentemente, as empresas começaram a investir na saúde mental de seus funcionários. E, agora, o reconhecimento por parte do governo com o “selo de saúde mental” é uma iniciativa positiva que vem para validar os esforços das organizações nesse sentido. No entanto, deixamos algumas reflexões importantes:
3 reflexões sobre o selo de saúde mental
1ª) Considerar a obtenção do certificado certamente será fundamental para formalizar e ampliar o compromisso com o bem-estar da equipe. Além disso, é uma proposição que se insere na agenda ESG (responsabilidade ambiental, social e de governança), tema cada vez mais relevante nas decisões de consumo e de investimento;
2ª) Promover a saúde mental e o bem-estar da equipe significa ir além de práticas superficiais. É necessário identificar junto aos colaboradores o que de fato pode contribuir para o seu adoecimento e o que melhora seu bem-estar. E, aí, entram o olhar para o indivíduo em sua individualidade e o interesse genuíno que tanto temos falado na temporada 2024 do Quinto Dia Útil. Assista aqui!
3ª) Entre os que têm certificado versus os que não têm – ou seja, entre os que se preocupam com o bem-estar e os que não têm política para isso –, não é difícil escolher em qual lado ficar. É possível que o certificado inclusive funcione mais como “obrigação” que como “diferenciação de mercado”.
Então, se a sua empresa ainda não está nesse caminho, talvez seja a virada de chave que você precise para dar prioridade ao tema. Muitas organizações já entenderam que não é somente uma questão de responsabilidade social: é também uma estratégia de negócio.
Precisa de ajuda para estruturar programas de saúde mental no ambiente de trabalho ou tem alguma dúvida sobre o assunto? Coloque aqui nos comentários! Fale conosco!
