Nos últimos anos, vimos crescer um estilo de vida que permite às pessoas trabalharem remotamente enquanto exploram o mundo: o nomadismo digital. O movimento ganhou ainda mais força depois da pandemia da Covid-19, que forçou muitas empresas a adotarem o trabalho remoto como medida de segurança.
No entanto, mesmo com a popularização do nomadismo digital, estamos observando um retorno gradual ao trabalho presencial em muitos setores. Inclusive, uma pesquisa da Carreira Muller mostra essa mudança de panorama:
Em 2022, 80% das empresas mantinham o regime de trabalho remoto. Já em 2023, apenas 10% das empresas continuavam com o trabalho na modalidade 100% remoto. A grande maioria optou pelo modelo totalmente presencial (28%) ou híbrido (39%), com mais dias no presencial que no remoto.
Por isso, entendemos que este é um bom momento para trazer uma reflexão, abordando os prós e contras de cada abordagem.
Nomadismo digital: liberdade e flexibilidade
O nomadismo digital oferece uma liberdade sem precedentes, possibilita conhecer diversas culturas e tem como uma de suas principais vantagens a flexibilidade (no 86º episódio do Quinto Dia Útil a Natália Franco contou sua história como nômade CLT). As pessoas conseguem organizar seu tempo de acordo com suas necessidades pessoais e profissionais, e a capacidade de trabalhar de qualquer lugar do mundo traz sensação de empoderamento e autonomia.
Mas, como tudo na vida, há também muitos desafios. Entre eles:
- Incapacidade de se desligar do trabalho;
- Incerteza;
- Solidão;
- Potenciais dificuldades financeiras;
- Cooperação e comunicação;
- Estar motivado;
- Poupar para a aposentadoria.
Ainda assim, atualmente quase 10,2 milhões de pessoas se consideram nômades digitais – e esse número só tende a aumentar. A informação é deste estudo, que traz estatísticas exclusivas sobre as pessoas que viajam e exploram enquanto trabalham.
Em geral, metade das pessoas (54%) planejam continuar com o estilo de vida nômade pelo menos nos próximos dois anos. E como essas pessoas se sustentam? Os nômades digitais são pessoas que trabalham como freelancer em várias empresas, têm seu próprio negócio ou trabalham como funcionários regulares para apenas uma empresa.
O estudo mostra que o número de nômades digitais com empregos regulares cresceu de 6,3 milhões em 2020 para 10,2 milhões em 2021. Era o período crítico da pandemia da Covid-19. Só que, agora, o movimento de trabalho presencial forçado certamente vai impactar nesses números.
Trabalho presencial forçado: retorno à normalidade?
Cada vez mais empresas estão voltando ao trabalho presencial, incluindo big techs como Google, Salesforce e Amazon. Outras incluíram em suas políticas critérios que atrelam a progressão de carreira ao trabalho presencial, como é o caso da Dell.
Para alguns, isso até representa um retorno à normalidade e à rotina familiar do escritório. No entanto, é visto por outros como uma perda de liberdade e da flexibilidade. Então o que existe é uma “batalha”: empresas querendo o retorno ao trabalho presencial versus profissionais que se recusam a abrir mão do trabalho remoto.
Uma pesquisa da PwC mostra que quase 70% dos profissionais preferem trabalhar em home office ou híbrido, o que nos leva a algumas reflexões.
Reflexões sobre o nomadismo digital x trabalho presencial forçado
1ª) Avaliar os prós e contras de cada modalidade de trabalho é o primeiro passo para tomar decisões informadas. Ainda que seja desafiador para os gestores fazer controle de jornada, avaliar as entregas, melhorar engajamento e comunicação, o trabalho remoto pode funcionar efetivamente. Para isso, é necessário investir em mudanças de mentalidade, ferramentas de gestão e treinamento.
2ª) O trabalho remoto, que possibilita o nomadismo digital, está se tornando um diferencial competitivo no mercado, com empresas oferecendo regras mais flexíveis para atrair profissionais qualificados. Se a empresa optar por manter o trabalho presencial, será necessário oferecer contrapartidas competitivas. Além de remuneração mais atrativa, o salário emocional pode ser uma estratégia eficaz.
3ª) Avaliar a remuneração competitiva em relação ao mercado é essencial para garantir a atração e retenção de talentos em um cenário de transição — seja para o trabalho remoto, híbrido ou presencial.
Não tem jeito: é preciso adaptação e estratégia por parte das empresas para se manterem competitivas em um cenário em constante evolução. E nós, da Carreira Muller, estamos acompanhando o cenário. Aqui você consegue obter mais informações sobre o assunto.
Além disso, temos um estudo sobre o trabalho remoto, apurado com mais de 600 empresas, que traz detalhes das modalidades praticadas pelas empresas. Acesse aqui para solicitar acesso ao material!