O nível operacional é um campo fértil para colaboradores multifuncionais. A polivalência é uma estratégia muito comum nas empresas, porque garante que um operador possa atuar em mais de um posto de trabalho, garantindo a dinâmica de produção.
Porém, algumas dúvidas ainda cercam o tema. Vamos desenvolvê-las aqui:
01) Como remunerar colaboradores polivalentes?
Nesse tópico, precisamos ter em mente que colaboradores polivalentes são diferenciados, eles têm experiências e habilidades em mais de uma atividade. A remuneração desses profissionais precisa ter relação com o desejo da empresa em manter a mão de obra qualificada, mesmo que isso signifique nivelá-los “por cima”, ou seja, onerar a folha salarial.
02) Como deve ser a nomenclatura de cargo?
Essa é uma dúvida é bastante comum. O nome do cargo deve ser o mais genérico possível. Alguns dos nomes mais utilizados no mercado são: Operador Usinagem, Operador Máquinas, Operador Processo Produção.
É fundamental não atrelar o nome do cargo às máquinas, ou às tarefas em questão.
03) Qual a diferença de polivalência na produção e matriz de flexibilidade?
Confundir esses dois termos é bem fácil, porque, a princípio, parecem ser temas bem similares – mas não são. A matriz de flexibilidade tem relação direta com o conhecimento adquirido pelo colaborador dentro de um processo.
Já a polivalência tem relação direta com o fluxo de função. Muitas vezes, ela é adotada quando o processo envolve muitos postos de trabalho e um mesmo operador pode atuar em vários destes postos. Não é algo esporádico, como acontece na matriz. O colaborador é contratado para atuar em muitas frentes. Ele é multifuncional. Observe a imagem abaixo:
Já falamos sobre matriz de flexibilidade no blog. Acesse aqui.
04) Há risco trabalhista?
O RH precisa aprender a lidar com isso e pensar em ações que reduzam essas ocorrências, porém, quando falamos em salários, o risco sempre é alto.
Algumas atitudes podem colaborar para blindar a empresa de maneira justa e eficiente, tanto para a companhia quanto para o colaborador. Em primeiro lugar, todo o público tratado como multifuncional precisa estar nivelado. Ou seja, ter a mesma nomenclatura e o mesmo salário. Isso não significa que as carreiras não possam ser trabalhadas em faixas de progressão, mas as regras precisam ser claras.
Descrições de cargos alinhadas à realidade do processo também ajudam a dar respaldo às ações do RH, desde que a gestão também esteja disposta a compreendê-las e executá-las da mesma forma.
05) A polivalência na produção é a melhor estratégia para sua empresa?
Nem sempre. Quão complexo é seu processo produtivo? Quão preparada está a mão de obra que você desenvolve dentro da empresa? Você tem colaboradores aptos a atuarem em tantas frentes? Sua folha salarial permite remunerar colaboradores acima da média para os cargos?
Muitas vezes, a polivalência não faz sentido. Por exemplo, você não pode considerar que um colaborador é polivalente só porque ele opera três tipos diferentes de máquinas. Se ele trabalha 70% do tempo em um único processo e os 30% do restante do dia, ele se divide entre os dois outros, pode ser que compense contratar mão de obra específica para os postos mais simples e manter esse colaborador dedicado apenas a uma função.