Recentemente, a comissão técnica da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgou como funcionarão as premiações repassadas aos jogadores da Seleção durante a Copa do Mundo na Rússia.
O modelo de reconhecimento adotado nesse ano será diferente das práticas anteriores. Historicamente, a maior polêmica envolvendo variáveis aconteceu em 1990 e foi lembrada, inclusive, durante a discussão das premiações deste ano. Naquela época, o problema foi a falta de transparência com relação aos valores que seriam repassados e o momento em que os pagamentos aconteceriam. Os jogadores se sentiram injustiçados e julgaram ter recebido menos do que realmente mereciam. (Já falamos sobre a importância da transparência quando o assunto é remuneração, confira aqui). A insatisfação era tanta que, como forma de protesto, os jogadores passaram a posar para fotos tapando com as mãos a marca de um dos patrocinadores da Seleção na época. Alguns ainda especulam que o Brasil não venceu aquela Copa pela desmotivação e pela falta de foco do time.
Percebe como a motivação pode (e deve) ser trabalhada também por meio da Remuneração Variável?
Nos anos que se seguiram, as formas de reconhecimento ainda passaram por alguns ajustes e, até então, nunca alcançaram um modelo ideal.
Na Copa passada, a CBF reservou para jogadores e para a comissão técnica cerca de R$ 39 milhões, que seriam repartidos em caso de título, mas o quarto lugar no Mundial em casa resultou em bolsos vazios. Justamente a falta de premiação em caso de derrota fez com que a entidade mudasse seus critérios e adotasse também uma bonificação pela convocação – é importante entender que os salários e bonificações podem ser trabalhados em diversos momentos e com muitas abordagens para motivar uma equipe de acordo com o contexto da empresa, como no caso da Seleção Brasileira. Afinal, estar entre os 23 jogadores já é uma grande conquista, que merece reconhecimento, mas ainda não é tudo. O título é o objetivo final.
Exemplos como esses devem provocar o RH a se questionar a todo tempo se o modelo de Variáveis que adota é o mais adequado e se está levando os profissionais ao máximo de entrega que eles podem oferecer.
A nova decisão da CBF por premiar conforme a convocação, chegada na final e conquista do hexacampeonato, destaca a importância dos “menores passos” até o alvo principal (nós já escrevemos um estudo sobre alguns dos caminhos para uma empresa alcançar objetivos. Clique aqui).
Os ajustes na bonificação dos jogadores abrem espaço para a relevância do debate sobre recompensar com propósitos bem delineados. As adequações da CBF quanto ao pagamento de variáveis nos revelam que não é necessário existir um modelo fechado de reconhecimento. Pelo contrário, é saudável repensar as formas de premiação constantemente e adequá-las aos novos contextos.
Será que não é o momento de sua empresa repensar a política de variáveis?