Quando se pensa em uma empresa com modernas políticas de gestão de pessoas, o Google é o primeiro nome que vem à mente, não é verdade? A companhia gigante da internet é conhecida por promover benefícios pouco convencionais aos seus colaboradores, como uma rotina de trabalho flexível e a concessão de 20% do período de expediente para se dedicar a projetos pessoais. Além disso, os funcionários contam com um ambiente descontraído e informal. Muitos, inclusive, levam seus filhos para o escritório, outro dos grandes diferenciais.
O próximo benefício para os colaboradores da empresa parece ser a redução da jornada de trabalho. Pelo menos foi isso o que defendeu o diretor da organização, Larry Page, em uma entrevista na semana passada. De acordo com ele, o expediente de oito horas está ultrapassado, tanto para as empresas quanto para os funcionários. A ideia é que as horas de trabalho semanais possam ser reduzidas e que empregos de tempo integral possam ser dissolvidos em várias atividades de jornada parcial.
Segundo ele, os benefícios seriam muitos, pois as pessoas gostam de trabalhar, mas também gostariam de ter mais tempo para dedicar à família e a outras áreas da vida. Assim, com uma jornada de quatro horas diárias, por exemplo, a questão da sobrecarga de trabalho seria resolvida e mais vagas seriam criadas, colaborando para a redução da taxa de desempregados. Por outro lado, os custos para as empresas poderiam aumentar.
A teoria que embasa a defesa de Page pela redução da jornada é a de que nos últimos anos os processos de produção evoluíram e agilizaram o atendimento às necessidades básicas. Mesmo assim, a indústria ignora esse novo cenário ao mesmo tempo em que cria novas funções para os profissionais, mantendo a jornada de oito horas ao invés de diminuí-la.
Para os padrões atuais, a criação dessa meia jornada de trabalho parece ser uma proposta ainda fora de cogitação. Apesar de o Google ser uma empresa que influencia muitas outras quando o assunto é gestão de pessoas, os departamentos de Recursos Humanos devem avaliar com atenção quais práticas podem ser adotadas ou adaptadas da gigante da tecnologia.
Antes de definir qualquer benefício, esteja ele ligado à flexibilidade do horário de trabalho ou não, é preciso traçar o perfil dos colaboradores, conhecer as equipes e, assim, criar estratégias que garantam a produtividade e a retenção dos funcionários.
Carreira Muller | Construindo Sentidos