Muito se fala sobre o lado negativo do turnover e por isso, há um certo medo disseminado no RH. Motivados pela preocupação dos impactos nocivos da rotatividade de colaboradores, muitas empresas mobilizam esforços para minimizar, ou até extinguir, o turnover. O que poucos percebem é que esse rodízio é importante para oxigenar a companhia, mantendo o custo operacional sempre equilibrado com o mercado.
Sem dúvida, quando o turnover se intensifica, os gastos com rescisões contratuais, recrutamento e treinamento, aumentam. Porém, quando administrada na dose certa, a rotatividade pode alimentar a empresa com novas visões e experiências. O turnover também pode equilibrar a folha de pagamento da empresa, uma vez que manter os mesmos colaboradores por muito tempo em um mesmo cargo, por exemplo, pode encarecer a administração da mão de obra.
Imagine que um profissional trabalhe numa empresa como Operador de Empilhadeira, há 25 anos. Com a estabilidade que adquiriu durante todos esses anos, ele se acomodou com sua rotina de trabalho e com as comodidades que a empresa oferecia. O colaborador não procurou galgar novas posições e não investiu em sua capacitação profissional. Ele, simplesmente, preocupou-se em cumprir muito bem as tarefas que lhe foram confiadas.
Durante esses anos de serviço, o profissional chegou no fim de sua faixa, mas continuou recebendo reajustes salariais (acordos coletivos) e estava superinflacionado. O RH precisa se voltar para situações como essas, porque isso impacta, diretamente, os custos operacionais da empresa. O que fazer aqui?
- Avalie o tempo necessário para formar um profissional nesse cargo;
- Estude o impacto desse cargo na operação;
- Conheça e avalie o profissional que assume o cargo atualmente;
- Traga à pauta o problema discutido acima. A empresa está ganhando ou perdendo com o caso? Lembrando, a resposta poderá variar de empresa para empresa, mas um assunto como esse não pode ser ignorado.
Avaliação de desempenho aliada ao turnover
Existem alguns fatores que caminham lado a lado com a rotatividade de colaboradores. Entre eles, podemos destacar um dos mais importantes: a avaliação de desempenho.
Quando essa análise inexiste ou não recebe a atenção devida, o turnover pode sim se transformar em dor de cabeça.
Os dois extremos desse cenário são arriscados: manter funcionários superinflacionados pesa na administração financeira da empresa, e demitir inadvertidamente cria uma sensação de insegurança nas equipes de trabalho e ainda enfraquece sua estratégia de remuneração e plano de carreira.
A avaliação de desempenho é a ferramenta que protege a empresa desses extremos. O RH adquire um olhar mais crítico e pode analisar melhor os cenários.
Com as análises, é possível conhecer e entender sua mão de obra e ainda identificar situações em que o colaborador, mesmo inflacionado, cumpre bem seu papel, tem uma postura influenciadora em sua equipe e ainda ajuda a empresa no treinamento de novos colegas de trabalho, por exemplo.
Ou seja, pagar mais para alguém, nem sempre, significa uma sobrecarga na sua folha de pagamento. Cada caso é um caso e é dessa visão tática que o RH precisa!