Visualmente, é muito bonito quando vemos uma Trilha de Carreira com a família de cargos (Júnior, Pleno e Sênior) desenhada em todas as áreas da empresa, mas sabemos que isso nem sempre é aplicável.
Sempre existirão áreas em que só há demanda para atividades de baixa complexidade, onde um Júnior poderá, tranquilamente, assumir a responsabilidade pela execução das tarefas; ou áreas com trabalhos extremamente complexos, onde não é possível formar/capacitar um profissional internamente, criando a necessidade de contratar um profissional com mais experiência.
Um ponto importante a se considerar é que, quando a família de cargos é utilizada de forma errada, os colaboradores logo percebem brechas na estrutura.
Por exemplo, se uma área tem um cargo Sênior, mas não há ocupante e nem vaga disponível há anos, isso gera desconfiança. As pessoas passam a olhar a estrutura como mera formalidade, impactando o clima organizacional e a confiança na própria Trilha de Carreira.
Separei alguns pontos que devem servir de reflexão para determinar se sua estrutura precisa, ou não, de uma família de cargos completa:
- A área em questão possui um Assistente e um Analista? Se sim, provavelmente, ela comportará um Júnior para promover a carreira, já que um Assistente poderá crescer para Analista Júnior.
- Há atividades que possam ser atribuídas a um profissional recém-formado ou com pouca experiência? Se sim, cabe um Júnior.
- Se é possível descrever atividades específicas para um Júnior e elas são diferentes de um Pleno, isso indica que há espaço e demanda para um Júnior.
- Na prática, um Júnior e um Pleno realizam atividades diferentes? Se, em menos de um ano, todos estiverem fazendo a mesma coisa, provavelmente não há necessidade de um Pleno.
- Na área, há atividades tão complexas que seja necessário um profissional com pelo menos cinco anos de experiência após a graduação para realizá-las? Se a resposta for sim, provavelmente você precisa de um Sênior.
- É necessária uma cadeira que exerça a liderança técnica? Se há uma equipe com Juniores e Plenos, onde o Gestor da área não consiga acompanhá-los diariamente nas dúvidas e orientações técnicas, provavelmente você precisa de um Sênior na área.
Costumamos brincar muito com a expressão que sempre ouvíamos das nossas mães quando éramos crianças: você não é todo mundo. Isso vale também na hora de determinar se sua estrutura comporta, ou não, uma família de cargos completa!
Se interessa pelo assunto? Nosso blog, temos mais um texto interessante sobre família de cargos em um contexto bem específico, o de Engenheiros. Veja aqui.
Camila Minamide
Consultora de Remuneração