Na última semana, uma informação foi destaque em todos os noticiários: aumento no preço da cesta básica em todo país. Os índices variam de cidade para cidade e, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), nos últimos 12 meses o custo médio da cesta em São Paulo cresceu 12,8%.
No entanto, esse aumento não está sendo sentido na mesma proporção pelas empresas que concedem esse benefício: quando o assunto é o custo da cesta básica oferecida pelas companhias, esse valor é reduzido a quase metade, tendo crescido apenas 5,9%, o que sugere que houve uma alteração da composição dos itens.
Esse dado reforça uma movimentação que tem ocorrido nos últimos 3 anos, que foi a redução de mais de 40% na quantidade de empresas que optam por conceder a cesta básica – em 2012, esta modalidade representava 38% das concessões e em 2015 reduziu para 22%. No lugar dela, grande parte das organizações têm optado por fornecer o cartão alimentação que, diferentemente da cesta, composta de produtos de gêneros alimentícios, higiene pessoal e limpeza, é representado por créditos mensais em cartões administrados por empresas de meios de pagamento para compra de produtos de gêneros alimentícios, higiene e limpeza em supermercados, açougues, mercearias e similares.
Um estudo da Carreira Muller desenvolvido com o objetivo de apresentar os valores e critérios de concessão de Cesta Básica e Cartão Alimentação apontam que essa tendência não é passageira.
Das 820 empresas nacionais e multinacionais que participaram do levantamento, 78% optam por esta modalidade, número 26% maior que o constatado em 2012. Aqui, a evolução da média dos valores em 2015 em comparação com os valores apurados em 2014 foi de 10,6%, ou seja, teve um crescimento mais significativo daquele apresentado pelas cestas básicas.
Os dados também apontam que o critério de definição da modalidade ainda está nas mãos da empresa. Das organizações participantes do estudo, 52% afirmam que a opção por fornecer o benefício alimentação de uma maneira ou de outra está baseada em fatores internos à organização; as outras 48% afirmam que a concessão está vinculada à determinação da convenção coletiva.
Segundo Flávio Pavan, gerente de pesquisa da Carreira Muller, a medida é estratégica para as empresas. “No caso da companhia, dentro da sua estratégia empresarial, o cartão é uma ferramenta de remuneração que permite oferecer ao funcionário o mesmo montante que ele receberia se fosse repassado diretamente pelo salário, mas com um custo menor para a empresa porque não há tributação”, afirma o gerente, para quem outro fator importante da medida é que este é o tipo de benefício que proporciona a satisfação e, consequentemente, retenção de funcionários. Mas não é só a organização que sai ganhando. “Para o colaborador também é vantajoso porque ele tem a flexibilidade de escolher o que deseja comprar e com um valor maior do que teria na cesta”.
Clique e saiba mais sobre o estudo.
Carreira Muller | Construindo Sentidos