Você conversa com um amigo, pergunta para um parente, ouve um colega nas redes sociais, lê algumas notícias e confirma: parece que as empresas estão voltando ao trabalho presencial. Mas será que as organizações realmente estão fazendo o movimento contrário da pandemia? Será que está havendo essa migração para os escritórios, tudo de novo? Será que o trabalho presencial está de volta?
Sim, sim e sim.
João Resch, Gerente de Remuneração da Carreira Muller, é categórico em dizer que várias empresas estão anunciando o retorno ao trabalho presencial, algumas vezes de maneira forçada e a contragosto de muitos profissionais. Ou seja, as pesquisas vieram para comprovar a percepção de muita gente.
O que dizem as pesquisas mais recentes?
Desde que a pandemia da Covid-19 teve início — e as empresas foram orientadas a migrar para o trabalho remoto —, o mercado tem feito estudos anuais sobre o tema. E, nesses últimos três anos, o cenário mudou bastante. Na pesquisa de 2022 da Carreira Muller, por exemplo, mais de 80% das empresas haviam instituído o regime de trabalho remoto.
Agora, no estudo de 2023, vemos um novo panorama:
Como podemos ver, apenas 10% das empresas continuam com o trabalho na modalidade 100% remoto. A grande maioria das organizações já retornou ao trabalho presencial: 28% optando pelo modelo totalmente presencial e 39% pela modalidade híbrida com mais dias no presencial que no remoto.
Isso comprova que há um forte retorno ao trabalho presencial.
Mas o futuro do trabalho não era o home office?
João Resch responde com outra pergunta: “e será que o futuro já chegou?”. Aparentemente não.
O que percebemos é que a pandemia antecipou uma situação que realmente pode se tornar o futuro do trabalho e trazer mais flexibilidade, mas parece que as empresas ainda não estavam prontas para isso.
Então o que vemos hoje é uma “batalha” no mundo corporativo: empresas querendo o retorno do trabalho presencial versus profissionais que se recusam a abrir mão do trabalho remoto. Há pesquisas que indicam que mais de 70% dos profissionais preferem o trabalho remoto. Você pode conferir as matérias sobre o assunto aqui e aqui.
Isso porque eles veem muitas vantagens como não pegar trânsito, poder morar em uma cidade com mais qualidade de vida e ter mais flexibilidade na rotina. Mas, para a empresa, não podemos negar que há desvantagens, especialmente relacionadas à:
- Comunicação;
- Engajamento;
- Gestão.
Embora faça muito sentido economizar tempo no trabalho, para muitos o home office trouxe complicações — especialmente para os gestores. Como fazer o controle de jornada? Como avaliar as entregas, como melhorar o engajamento e a comunicação? Tudo isso ficou mais complicado justamente para os que têm o poder de decisão.
Com isso, houve um descompasso entre o desejo dos profissionais e a opção dos diretores e equipes de gestão das empresas.
Por isso, é importante colocar os prós e contras e as vantagens e desvantagens na balança. Com a volta ao presencial, por exemplo, a empresa consegue oferecer as mesmas condições de trabalho para todos os profissionais (estudo da FGV indica que apenas 1 em cada 5 trabalhadores brasileiros tem condições para trabalhar de casa). Por outro lado, as empresas podem ter uma redução de custo interessante com infraestrutura se optarem pelo trabalho remoto.
Como posso adaptar minha empresa para esse novo cenário?
Com um bom planejamento, alguns ajustes e superando desafios, o trabalho remoto pode funcionar. Muitas vezes é preciso mudar a mentalidade dos profissionais, adaptar novas ferramentas de gestão, entender como treinar pessoas novas que estão em outro estado e de repente chegam para a empresa sem saber o que fazer. Mas é possível ter excelentes resultados — como foi o caso da Carreira Muller.
Só que hoje muitas empresas não estão prontas para dar esse passo (ou não estão dispostas), ainda que seja a tendência para o futuro.
É o seu caso? A recomendação então é para considerar o que a maioria dos profissionais quer e fazer um balanço: para qual lado a corda está puxando mais?
Se a sua empresa precisa de uma mão de obra muito qualificada e difícil de encontrar (como desenvolvedores, profissionais que lidam com dados, cargos de e-commerce e outras áreas que estão com alta demanda), esse poder fica mais forte com o colaborador. Se eles tiverem a demanda de trabalhar de casa, a empresa vai ter que se adaptar e oferecer isso para poder se tornar competitiva.
O trabalho remoto acaba se tornando um diferencial competitivo e tem muita empresa criando regras cada vez mais flexíveis para conseguir atrair profissionais qualificados (como pode trabalhar x dias de determinado país). Nesse cenário, se a sua empresa ainda preferir manter o trabalho 100% presencial, terá que oferecer uma contrapartida.
É aí que entra a Remuneração
Não tem jeito: se o mercado está oferecendo o trabalho remoto e sua empresa tem essa desvantagem, tem que compensar no salário — ou de alguma outra forma. Caso contrário, dificilmente encontrará profissionais qualificados para seu quadro.
- Para saber mais sobre salário emocional, clique aqui.
Em resumo, são duas escolhas:
- Investir no treinamento de gestores para que consigam fazer a mudança para o trabalho remoto, sem perder em comunicação e engajamento e com maior controle das entregas — e não da jornada. Sabemos que não é tão simples e requer adaptação, mas é possível.
- “Pesar” na Remuneração. Se 10% das empresas oferecem trabalho 100% remoto e 23% optam pela modalidade híbrida, só que com mais dias no remoto que no presencial, elas já têm o diferencial competitivo e saem na frente. Você terá que compensar.
Entender esse momento de transição das organizações é muito importante. Sugerimos que você acesse o nosso estudo sobre o trabalho remoto, apurado com mais de 600 empresas e que traz muitas novidades no comparativo com as edições anteriores.
Lá não tem apenas as modalidades praticadas pelas empresas, mas outros tópicos tabulados como reembolso, infraestrutura, níveis elegíveis à prática, satisfação dos funcionários, controle de jornada, regulamentação, entre outros. Acesse aqui para falar com nosso time comercial e garantir acesso ao material!