Três são os pilares fundamentais que vão nortear nosso raciocínio, a sustentabilidade, o equilíbrio interno e o externo.
É comum nós falarmos que salário é manutenção. Mas o que isso significa?
Os pagamentos mensais subsidiam os gastos dos colaboradores com os investimentos pessoais, ou seja, o custo de vida. Por outro lado, a empresa também se beneficia da dedicação do profissional, durante aquele período. Tudo isso parece meio óbvio, mas entender que salário é um elemento básico, permite que o RH pense, estrategicamente, nos próximos níveis da remuneração, mirando variáveis, benefícios etc. É a partir do salário que garantimos o desenvolvimento sustentável do negócio.
A sustentabilidade desperta o sentimento de engajamento, ou seja, o convencimento de que vale a pena continuar trabalhando e crescendo na companhia – ao mesmo passo que a empresa concorda que vale a pena continuar investindo e incentivando.
As diferentes formas de remuneração se complementam e, quando aplicadas de forma correta, impactam diretamente na motivação do time.
Mais do que isso, o equilíbrio interno também está conectado com a organização dos cargos e a construção da trilha de carreira da companhia. Nós explicamos melhor esses conceitos neste texto aqui.
O sentimento de imparcialidade é despertado nessa etapa. Em outras palavras, o colaborador percebe que não há favoritismos e que tudo acontece e progride de forma ordenada, compreendendo que o sistema é claro.
Todo o equilíbrio interno e a sustentabilidade das políticas de remuneração só poderão ser verdadeiramente justos quando a empresa, não somente conhece as tendências e práticas salariais, mas também monta sua estrutura de forma consciente.
Quando falamos em pesquisas salariais, vale reforçar que conhecer o mercado não significa, necessariamente, segui-lo. Falamos mais sobre isso aqui.
O equilíbrio externo alimenta o sentimento de competitividade. A equipe se sente parte do time, colaborando para que a empresa “se mantenha no jogo”, ganhando força no mercado de forma responsável. Na verdade, para o profissional, isso significa estar numa empresa que reconhece e valoriza seu trabalho de forma correta e atualizada. Para a empresa, o equilíbrio externo garante a saúde financeira da companhia e afina sua bússola estratégica.
Na prática
Do ponto de vista de quem recebe o salário, é sempre justo! Mas do ponto de vista de quem paga, considerando os pilares citados no texto, nem sempre é.
Vamos refletir um pouco sobre esse cenário.
Pensando em sustentabilidade, se um dia esse profissional for desligado da organização, ele não vai conseguir se reposicionar no mercado com esse mesmo salário. É preciso agir com maturidade e responsabilidade também quanto à vida de outra pessoa. Sem mencionar, é claro, o peso que as folhas oneradas causam à saúde financeira da empresa.
Olhando sob a perspectiva do equilíbrio interno, como justificar o supersalário para outros colegas da equipe? Isso seria abrir margem para discussões sobre equiparação salarial. Tenha em mente também que cargos desalinhados com as práticas de mercado, impactam o equilíbrio externo da companhia.
Muitas são as possibilidades para tratar e aplicar a remuneração de forma justa dentro da empresa.